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Cuidado: as notícias falsas podem pegar você

Isso não é uma ameaça. É uma realidade que atinge a todos nós de uma forma cruel e avassaladora

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Elas estão por toda parte. Sempre dão um jeitinho de chegar ao maior número de pessoas. Seu habitat natural é a rede social. Aquela mesma de sua preferência, como o Facebook, por exemplo. Já foram desmascaradas por algumas revistas de grande porte nacional e, mesmo assim, continuam a toda! É, meu amigo, não fui só eu que caí em algumas delas, algumas vezes na vida: as notícias falsas parecem que vão dominar o mundo.

E podem mesmo dominar o mundo. O que acontece é que as pessoas atualmente (e cada vez mais) estão esperando a notícia pronta; a informação ao alcance de apenas um clique. O problema é que quase ninguém verifica se aquilo é verdadeiro e, com a facilidade do compartilhamento, apenas passa para frente o que nem sempre tem razão de ser.

Basta pensar que os próprios algoritmos do Google e do Facebook estão à caça dessas informações e anunciaram medidas para contê-las ao máximo. São sistemas de detecção automáticos, verificação da credibilidade, além de buscarem formas de facilitar a denúncia de usuários.

No entanto, são os próprios robozinhos do algoritmo que acabam atrapalhando um pouco também. Afinal, sua rede social, não separa sozinha aquilo que você quer saber. Ela vai a fundo, pois sabe de seus principais interesses e até coloca os amigos que têm mais afinidade bem pertinho de você.

Ilusão e desilusão

Um bom exemplo para isso aconteceu comigo nas eleições em São Paulo. À época eu só via notícias e informações que me interessavam, de acordo com o candidato que eu havia escolhido. E olhe que eu tenho quase cinco mil amigos nesta rede social. A maioria aparecia favorável a mesma pessoa que eu queria que fosse o prefeito. Ledo engano!

O robozinho sagaz me deixou ver apenas o que eu queria ver: amigos que apoiavam a mesma decisão que eu havia tomado. O candidato que eu queria não ganhou. Aliás, não passou nem perto. Mas eu quase tive meus dias de ilusão ao ver aquela timeline linda, em que todos concordavam comigo. Só não fiquei mais boquiaberta porque entendo os mecanismos dos algoritmos, graças ao conhecimento em SEO e isso não me surpreende mais.

Não caia nessa

Todo mundo pode ser responsável por criar um mundo melhor em torno das chamadas notícias falsas. Em uma conversa com o meu amigo, escritor e jornalista Rogério Godinho, falamos sobre o quanto está cansativo alertar às pessoas sobre o que acontece neste jornalismo de meia-tigela, porém necessário. Com sua paciência de monge, ele sempre faz publicações brilhantes. Aqui vai um exemplo:

noticias falsas

Nós dois sabemos, pela larga experiência (só para deixar mais bonitinho o fato de termos anos de carreira e já termos passado dos 40 anos…) que o jornalismo sempre acompanha interesses editoriais. Mas não é disso que estou falando aqui. Ter interesses editoriais, todos temos, não é mesmo? Seja naquilo que gostamos de ler ou nas informações que procuramos, simplesmente por interesse próprio.

Estou falando que o simples fato de propagar uma notícia falsa, só porque ela está mais ou menos de acordo com o que você pensa, não é certo. Aliás, muitos nem lêem a notícia toda. Vão pelo título mesmo, assim, na lata.

Compartilha, clica, envia

Clicar no compartilhar é mesmo tentador. Basta apertar um botãozinho e pronto. Se você têm muitos seguidores ou amigos em sua rede social, mais fácil ainda. Como eu disse o Facebook praticamente joga na sua cara àqueles que pensam igual a você. Junta as afinidades (políticas, musicais, esportivas, religiosas, entre outras) e tudo está pronto, fácil para ser clicado e compartilhado.

Ninguém checa. Quase ninguém procura a verdade. Se está ali é porque vale. Não, não vale. Não vale nada! Para começar a conter parte desta montanha de mentiras e coisas capciosas é preciso ter paciência e curiosidade.

O que você pode fazer para não propagar notícias falsas

Mas veja, nem tudo está perdido e sua percepção pode melhorar ao perceber, por exemplo, informações absurdas, o quanto e em quais veículos aquela notícia foi divulgada, bem como a data e o canal de informação. Se tiver um pouquinho de tempo, aconselho até a procurar dados que deem fundamentação ao que está lendo.

Não faz muito tempo, por exemplo, que o Grupo de Pesquisas em Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP) revelou um estudo que aponta que, principalmente referente à política, entre cinco notícias, três são falsas. É muita coisa! Mais da metade. Tudo pelo interesse de uma rede criminosa que, com títulos atraentes, manchetes “reveladoras”, sensacionalismo e muita falta de escrúpulos, joga na rede aquilo que prejudica, que mata, que fere o tempo todo.

Os tempos são bicudos, minha gente. É preciso estar atento e forte, como diz a canção.

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