Temos que saber o que é deboísmo
Aprender a conviver, escutar e tentar entender que em muitos aspectos não pensamos igual a todo mundo gera empatia
Temos que saber o que é deboísmo. Falo isso porque todos os dias tem gente estressada nas redes sociais e essa irritação constante não acontece somente lá. É no trânsito das cidades grandes, a falta de respeito com o próximo, a intolerância aos LGBTs e à outras minorias, divergências políticas religiosas e tudo mais. O lance parece uma loucura conjunta. Basta que alguém dê uma opinião diferente daquela que você tem e pronto: o caos está instaurado.
Para enlouquecer um pouco menos, é preciso saber o que é e praticar o “deboísmo”. É claro que essa palavra não existe formalmente na língua portuguesa. A junção com a gíria “de boa” à ação de ficar “de boa” gerou o “deboísmo”, palavrinha esta que tem sido tão importante, que acredito que daqui a algum tempo estará no dicionário mais ou menos assim:
deboísmo s.m. ação - referente ao ato de relevar, entender e argumentar de forma pacífica opiniões que diferem da sua.
Vamos a uma receitinha básica?
O estresse no trabalho ou na vida pessoal não podem te dominar. E acredite: uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association, entidade sem fins lucrativos, em sua unidade do Brasil, apontou que nove em cada 10 brasileiros sofrem de ansiedade. Isso acarreta para muitos em depressão (14%) - apenas um entre os transtornos recorrentes para 47% dos entrevistados.
Portanto, para que engrossar esse número? Sei que isso é difícil. Muito difícil. Mas começar com o exercício simples de procurar ler e entender ao outro já é um passo importante. Veja e se preciso reveja o que os outros têm a dizer. Isso pode melhorar sua vida com familiares, amigos, colegas de trabalho e todas as relações.
Não se trata de aceitar e deixar “tudo bem”. Trata-se de sua sanidade mental melhorar para lidar no dia a dia com pessoas dentro e fora das redes sociais. Trata-se também de respeito. E isso, meus caros, é o ponto mais importante seja com quem for.
O deboísmo para a vida
Eu não estou aqui para defender uma tese sobre o deboísmo. Estou aqui para tentar fazer você respirar, rir, chorar, ignorar ou até mesmo se encantar com este texto. Ele é despretensioso, na verdade. Vá por mim. Eu mesma comecei a pensar em tudo isso depois de um estresse pessoal (não foi no trabalho, tá tudo bem na Quero+ =D).
É óbvio que ninguém é de ferro ou feito de lã e deixa tudo passar por aí, como se nada houvesse, como se ninguém ofendesse ninguém. Eu mesma fico fora do sério às vezes. Mas o lance maior é aprender a ouvir e compreender o que está ouvindo. Ainda vou falar muito disso aqui, me aguarde.
Te faz mal? Se possível, descarte
Você já tentou de tudo e está querendo me xingar muito ao terminar de ler a este texto. Tudo bem. Pode xingar mentalmente. Talvez isso o ajude também. No entanto, se de qualquer forma tudo o que você continua a ler e tentar compreender da forma mais amena possível, continua te fazendo mal? Tente a última tacada: o descarte.
Não é tão simples, uma vez que lidamos diariamente com as divergências alheias e isso faz parte (ainda bem) das relações humanas. Procure, antes do descarte final, tentar aprender algo. É importante, enobrece e faz com que os pensamentos se renovem, em ritmo de desconstrução.
Saber se desconstruir todos os dias é essencial. Entretanto, pérola aos porcos, como diz o ditado, não precisa entrar nesse quesito. Você realmente tentou praticar o deboísmo e não deu? Vire a página, mude o canal, dê um reset e todos os outros significados figurativos que quiser usar para se livrar disso.
Deboísmo elevado
No entanto, se você me deu uma chance (UFA) e chegou até aqui, é um sinal que este texto fez com que você pensasse um pouco sobre as relações que têm e como as leva na vida. Praticamente, se isso aconteceu, você atingiu seu deboísmo elevado.
Eu não sou psicóloga e este texto é mais para embutir uma reflexão de como as coisas podem ser mais leves. Funciona para muita coisa, mesmo.